Uma data que sempre foi motivo de comemorações, o Dia da Artesã e do Artesão – 19 de março – passa a ser um símbolo de muita luta do segmento em tempos difíceis de pandemia. Há um ano, desde que o mundo foi paralisado pela Covid-19, artesãs e artesãos baianos estão enfrentando dificuldades com vendas diretas, escoamento de seus produtos, escassez e aumento no preço de matérias-primas. Neste cenário, criadoras e criadores ganharam mais visibilidade através do Centro de Comercialização do Artesanato na Bahia, no Largo do Porto da Barra, n° 2, que reúne mais de 8 mil produtos qualificados de todas as regiões do Estado.
“Hoje, a nossa maior dificuldade é escoar os produtos, a logística fica muito difícil, inclusive para transportar as encomendas pelos Correios. Por isso, é importante ter o seu produto no Artesanato da Bahia, além de ter seu trabalho reconhecido e o valor agregado”, comenta o ceramista Manoel Messias. As dificuldades de transporte são as mesmas apontadas por Marlice Almeida, reconhecida pelos seus trabalhos únicos em cerâmica. “É claro que as vendas caíram e o dinheiro circulou pouco em um ano. As vendas pela Internet e a compra de matérias-primas ficaram inviáveis com as altas taxas dos Correios. Então, é importante estar no Artesanato da Bahia para escoar o nosso produto e colocar o nosso trabalho em evidência”, afirma.
No último ano, várias ações foram desenvolvidas em prol do fomento do artesanato através das Ações de Qualificação, Promoção e Comercialização do Artesanato da Bahia, realizadas pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – Setre Bahia, por meio da Coordenação de Fomento ao Artesanato, e pela Associação Fábrica Cultural. Em tempos de pandemia, a internet se tornou uma grande aliada com o lançamento da Plataforma Digital do Artesanato da Bahia, um canal direto e prático para as ações de divulgação e trocas de informações, e com a realização de encontros e seminários online. Além da primeira loja, o Artesanato da Bahia ganhará uma filial ainda neste semestre e estão sendo planejadas feiras itinerantes, que vão percorrer eventos, shopping e lugares turísticos, e um plano de qualificação para o segmento.
Entre as ações da Setre, através da Coordenação de Fomento ao Artesanato, também estão o investimento de R$ 1,5 milhão no setor, a qualificação e cadastramento de mais de 700 artesãos no último ano, o lançamento do Selo de Origem do Artesanato da Bahia, além de 8 mil produtos qualificados para venda.
“O Governo do Estado tem investido em ações integradas para fortalecer as diversas etapas da cadeia produtiva do artesanato, um importante segmento econômico e cultural da Bahia. A qualificação de profissionais da área, a certificação dos produtos e a criação de novas oportunidades de comercialização são algumas das iniciativas que confirmam o nosso compromisso com as artesãs e os artesãos baianos”, destaca o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães.