Com o intuito de levar para o palco a discussão sobre representatividade, enaltecendo a beleza e a nobreza da população negra, o espetáculo infantil o Pequeno Príncipe Preto faz curta temporada on-line neste sábado (12) e domingo (13), às 16h59, na programação do Teatro Gamboa, em Salvador. Estrelado por Zé Carlos de Deus, o enredo exibe a importância da construção do amor-próprio, principalmente para as crianças pretas. “Sinto a autoestima e a beleza do homem negro protagonizando seus afetos, suas aspirações. Não somos invisíveis e eu preciso cantar”, destacou o artista baiano. A encenação foi inspirada no livro do dramaturgo carioca e ex-BBB, Rodrigo França.
“Discutimos muito sobre representatividade, mas acredito que está na hora de ultrapassar essa representatividade e irmos para o protagonismo. O Pequeno Príncipe Preto veio para trazer exemplificações positivas a partir desse protagonismo negro. Muito me preocupa não termos uma gama de livros publicados no Brasil com o rosto desse menino negro ou de uma menina negra”, disse o autor, durante o lançamento do livro em 2020. A direção musical é de Jean Pedro, artista que estreou na Netflix na última semana como um dos destaques do filme “Carnaval”.
A montagem é referente ao processo de formatura do encenador Oliveira Pedreira no curso de Artes Cênicas, na Universidade Federal da Bahia. Para ele, a motivação por tocar a história foi potencializada pelo período pandêmico causado pela Covid-19. “A inquietação em busca de uma sociedade mais igualitária é obrigatória para mim. Acredito que todo artista necessita utilizar sua arte para modificar a sociedade em que vive. Levar aos palcos esta história atual nos traz mais vontade de seguir por ter pertencimento de lugar e domínio da própria vida”, confessa Pedreira.
O elenco conta também com a atriz Fabíola Simmel na pele da Raposa. “ A lição que eu levo é que a minha missão está muito além de produzir e produzir, ela está nos mistérios que só a conexão com a natureza pode nos responder”, afirma. A preparação de elenco ficou a cargo de Érico José. Já o figurino foi desenvolvido por Elis Brito e Raquel Domingos. A iluminação é de Victor Hugo Sá, a maquiagem foi feita por Lailane Dorea (Beberes), a cenografia foi desenvolvida por Maurício Pedrosa, o roteiro de câmeras é de Barbara Portugal, a fotografia de Diney Araújo e a produção está sendo executada por Débora Albuquerque e o Teatro do Mau.
Foto: Diney Araújo