Notícias

De volta ao formato presencial, 3ª edição da FLIPF quer colocar Praia do Forte no calendário literário do país

Na Bahia de forte tradição na literatura, com festas literárias já consolidadas, a Festa Literária Internacional de Praia do Forte chega à sua terceira edição entre 4 e 7 de agosto de volta ao formato presencial e com o objetivo de se firmar como destino para interessados em arte e literatura de todo país. 

Idealizado pela Gabiroba Cultural e a Trevo Produções –, a festa literária este ano tem na curadoria a jornalista e escritora Joselia Aguiar, baiana radicada em São Paulo. Autora de Jorge Amado – uma biografia, prêmio Jabuti 2019, tem experiência na curadoria de eventos como a Festa Literária Internacional de Paraty – FLIP, nas edições de 2017 e 2018, e na direção da Biblioteca Mário de Andrade, entre 2019 e 2021. 

A primeira programação divulgada, hoje, 4 de julho, é a do espaço Canto da Palavra, que estará no entorno da Casa da Torre –o conhecido Castelo Garcia D´Avila. A partir da próxima segunda-feira, dia 12, serão anunciadas as demais programações, realizadas numa soma de parcerias que já estão se desenhando e sendo confirmadas. 

Serão 10 mesas com um total de 24 autores e autoras, sendo dois internacionais – a argentina Ariana Harwicz, pela primeira vez no Brasil, e o angolano Ondjaki. Ambos estão divulgando livros novos. Ariana lança Degenerado pela editora Instante, Ondjaki, O livro do deslembramento, pela Pallas. 

A abertura, no dia 4 de agosto, celebra a ficção baiana com o encontro de dois autores de gerações distintas que obtiveram êxito nacional, Antônio Torres e Itamar Vieira Junior. Completa a abertura a poeta e atriz Rita Santana, que fará uma leitura especial de textos em prosa e poesia de autores e autoras baianos de várias épocas. 

No ano em que São Paulo celebrou o centenário da Semana de Arte Moderna, o tema que atravessa a programação é o da Bahia moderna, sobretudo a forjada nas décadas de 1950 e 1960. Duas mesas vão tratar particularmente desse tema, com autores e autoras das diversas linguagens. 

A primeira, no dia 5 agosto, reúne uma pioneira da dança na Bahia, testemunha daquela época, Lia Robatto, a poeta, cronista e jornalista cultural Kátia Borges, que estudou a geração literária da Bahia dos anos 1950 e 1960, e Francesco Perrota-Bosch, arquiteto que biografou Lina Bo Bardi, idealizadora, entre outros, do MAM baiano. 

Ainda em torno do tema da Bahia moderna, a segunda mesa ocorre no dia 7 de agosto, trazendo a discussão da modernidade para o contemporâneo. Reúnem-se o artista visual e curador Ayrson Heráclito, o poeta e letrista Capinan e a jovem cineasta Everlane Moraes, da nova geração do cinema baiano. 

O psicanalista Christian Dunker (SP), a escritora Giovana Madalosso (PR), a artista e curadora Naine Terena (MT), a slammer e produtora cultural Roberta Estrela D´Alva (SP) e os romancistas Raphael Montes (RJ) e Socorro Acioli (CE) são outros dos nomes de fora da Bahia que se somam ao elenco baiano. 

As mesas avançam por discussões que estão na ordem do dia: vínculos afetivos em tempo de incertezas, literatura e ativismo, saberes locais e produção de arte e cultura, questões da vida urbana e da interação com a natureza, narrativas que saem dos livros e chegam às novas mídias. 

No elenco baiano, completam a programação o ator, apresentador e escritor Aldri Anunciação, o poeta e performer Alex Simões, a poeta e artista visual Dolores Rodriguez, o romancista Franklin Carvalho e a professora, pesquisadora e editora Milena Britto, uma das curadoras da FLIP 2022. 

“A programação buscou oferecer temas de interesse para um público bastante misto. Mesmo quem não é leitor assíduo poderá encontrar um autor ou mesa que desperte sua atenção e gosto”, diz a curadora, Joselia Aguiar. “Também buscamos reunir autores e autoras de gerações distintas, mesmo dentro de uma mesma mesa, somando visão histórica e olhar contemporâneo”. 

Fortalecer a festa literária com a comunidade de Praia do Forte é um dos objetivos das idealizadoras desde a criação do evento. Por esse motivo nasce a penúltima mesa, no domingo, dia 7, que reúne a artista e curadora Naine Terena (MT) e duas lideranças femininas da arte e cultura locais, a escritora indígena e pedagoga Denizia Kawany Fulkaxó e a produtora cultural Ró de Nuca. 

O encerramento acontece com um encontro de autores e autoras da programação para contar qual seu livro de cabeceira. 

CANTO DA PALAVRA/ CASA DA TORRE

LISTA DE AUTORES E AUTORAS 

Aldri Anunciação 

Alex Simões

Ayrson Heráclito

Antônio Torres

Ariana Harwicz

Capinan 

Christian Dunker

Denizia Kawany Fulkaxó

Everlane Moraes

Francesco Perrota-Bosch

Franklin Carvalho

Giovana Madalosso

Itamar Vieira Junior

Katia Borges

Lia Robatto

Maria Dolores Rodriguez

Milena Britto

Naine Terena

Raphael Montes 

Rita Santana

Roberta Estrela D´Alva

Ró de Nuca

Socorro Acioli

Ondjaki

CANTO DA PALAVRA/ CASA DA TORRE 

Dia 04/08 

Mesa 1 / Essa Terra 

Antônio Torres e Itamar Vieira Junior

Leituras: Rita Santana

Como nascem as histórias, onde estão as personagens e seus territórios: o encontro de dois autores de gerações distintas e reconhecimento nacional, Antônio Torres e Itamar Vieira Junior, celebra a ficção baiana. 

A conversa será intercalada por leituras de textos de poesia e prosa, de diferentes épocas, pela poeta e atriz Rita Santana. 

Dia 05/08

Mesa 2 / Bahia Moderna Bahia – 10h

Lia Robatto, Kátia Borges, Francesco Perrota-Bosch

Criação e pesquisa, da vanguarda ao popular: a primeira de duas mesas que vai tratar da cena cultural moderna na Bahia reúne Lia Robatto, uma pioneira da dança e testemunha daquela geração, Kátia Borges, poeta, cronista e jornalista cultural que realizou um doutorado sobre o tema, e Francesco Perrotta-Bosch, biógrafo da arquiteta Lina Bo Bardi, idealizadora, entre outros, do MAM baiano.

Mesa 3 /Lute como uma garota – 13h30

Giovana Madalosso, Roberta Estrela D`Alva, Milena Britto

Ativismo, criação artística, literatura escrita por mulheres e intervenção cultural são os principais eixos dessa conversa, que reúne a romancista Giovana Madalosso -umas das líderes do movimento recente que produziu fotos históricas de autoras brasileiras em várias capitais –, a atriz, poeta e pesquisadora Roberta Estrela D´Alva, pioneira à frente de campeonatos de slam nacionais, e a professora, pesquisadora e editora Milena Britto, uma das curadoras da FLIP 2022.  

Mesa 4/ Do amor e outros demônios – 16h

Ariana Harwicz, Socorro Acioli, Franklin Carvalho 

O que inspira, como se cria. Nessa conversa sobre a literatura que nasce do que há de inesperado, estranho e perturbador na vida das pessoas mais comuns, reúnem-se três romancistas de origens diferentes: Ariana Harwicz, da Argentina, Socorro Acioli, do Ceará, e Franklin Carvalho, da Bahia.

Dia 06/08

Mesa 5 – Eu vi o mundo – 10h

Aldri Anunciação, Raphael Montes

Literatura e sociedade, o texto que chega às telas e aos palcos: nessa conversa, compartilham visões e histórias dois autores com experiência em múltiplas linguagens: o ator e apresentador Aldri Anunciação –do premiado Namíbia, não!, que originou o filme Medida provisória— e o romancista Raphael Montes –autor de livros policiais e de suspense que passou a também escrever séries como Bom dia, Verônica,da Netflix, e dedica-se agora à primeira novela da HBO Max, Segundas intenções

Mesa 6 / Outras palavras – 13h30

Alex Simões, Maria Dolores Rodriguez e Ondjaki

A experimentação em suportes artísticos distintos, a combinação de palavra, corpo e imagem: nesse encontro, o angolano Ondjaki e os baianos Alex Simões e Maria Dolores Rodriguez tratam de processos de formação e trajetória artística nos dois lados do Atlântico.

Mesa 7 / Vida que segue – 16h

Christian Dunker

Internet, vírus, novas configurações emocionais: em tempos de incerteza, o que podemos aprender para estabelecer vínculos mais felizes e duradouros? Quem responde é o psicanalista Christian Dunker, professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo que se tornou conhecido do público não acadêmico por sua atuação na imprensa e nas redes sociais.

Dia 07/08

Mesa 8 / Entre o céu e a terra

Naine Terena, Denizia Kawany Fulkaxó, Ró de Nuca

Arte, cultura, natureza e saberes locais: para essa conversa com a comunidade de Praia do Forte, comparece Naine Terena, ativista, educadora, artista e pesquisadora indígena do povo Terena, curadora da primeira mostra de arte indígena da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Véxoa: Nós sabemos, e uma das curadoras do festival de arte indígena rectyty.

Mesa 9 /Bahia póstudo – 13h30

 Ayrson Heraclito, Capinan, Everlane Moraes

Estética e política, os desafios da cena contemporânea: nesta segunda mesa que vai tratar de modernidade na Bahia, chegamos aos seus desdobramentos no tempo atual com o artista visual e curador Ayrson Heráclito, o poeta e compositor Capinan e a cineasta Everlane Moraes, da nova cena do cinema baiano. 

Mesa 10 / Meu livro de bolso – 16h

Convidados dessa terceira edição voltam ao palco para falar de suas leituras de cabeceira: que autor, qual livro serve de inspiração frequente e é objeto de visitas cotidianas?

Foto: Divulgação