O tema ESG está cada vez mais no centro das discussões do mercado e a tendência é que ele persista e acelere ainda mais. A líder regional da XP na Bahia, Ana Carenina, avalia que embora os temas ESG sejam de longo prazo, alguns podem surgir com uma força maior. Ela pontua três principais tendências que devem guiar a agenda para o restante do ano: crédito de carbono, transição energética e regulação.
Transição Energética
O mundo precisa de mais energia, ao mesmo tempo em que as mudanças climáticas exigem menores emissões. O Brasil está sendo o país com uma das matrizes energéticas mais renováveis do mundo e bem posicionado para captar recursos financeiros que permitam o desenvolvimento tecnológico necessário para a transição. Até o meio do ano, novas tecnologias e soluções de baixo carbono surgiram em diferentes áreas, como por exemplo as baterias de VEs, o que vem aumentando a demanda pelos metais verdes necessários para essas tecnologias.
“Acredito que os investidores continuarão pressionando as empresas para que assumam seu papel na condução da descarbonização, via investimento em tecnologias que permitam a transição por parte também dos setores com maiores emissões”, afirma Ana.
Crédito de Carbono
O crédito de carbono surgiu em 1997, a partir do Protocolo de Quioto e o valor negociado nesse mercado já atingiu um recorde de US$ 851 bilhão em 2021, alta de 164%, segundo dados da Refinitiv. No Brasil, embora ainda existam definições importantes a serem feitas, em maio, o Governo Federal publicou um decreto regulamentando este mercado no país, criando um sistema único de registro (SINARE).
Segundo Ana Carenina, tal decisão evidenciou avanços na definição dos parâmetros desse mercado, ao mesmo tempo em que se esperava ver novos progressos ao longo do ano. “Quando o assunto é aquecimento global, não existe uma bala de prata, entretanto, vemos o mercado de crédito de carbono como uma importante solução alternativa no combate às mudanças climáticas, com todos os olhos voltados ao potencial do Brasil para estar na vanguarda desse mercado, o que exigirá a atenção dos investidores e também das empresas”, afirma a porta voz da XP.
Regulação
As mudanças impostas pelas regulamentações vão desempenhar um papel cada vez mais importante na condução das empresas às melhores práticas ESG. “Durante 2022, já vimos avanços importantes e vemos essa agenda ganhando força no restante do ano, o que deve estimular ainda mais o foco ESG por parte de companhias e investidores”, conclui a líder regional.
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