Segundo e último dia de evento foi regado a rock, samba, pagode, pop, axé, rap e MPB, nas vozes de grandes nomes da música brasileira, como Caetano Veloso, Daniela Mercury, Margareth Menezes, Lulu Santos, Seu Jorge e Mano Brown
O Festival de Verão Salvador encerrou com enorme sucesso a edição histórica que marcou o seu 25º aniversário, neste domingo, no Parque de Exposições. As mais de 80 mil pessoas que compareceram aos dois dias de evento puderam curtir aproximadamente 30 horas de música com a participação de mais de 40 atrações de gêneros variados, entre encontros inéditos e apresentações criadas especialmente para a ocasião.
“Foi tudo o que podíamos esperar de uma edição que celebrou os 25 anos desse festival que cresce a cada ano. Foi histórico e tenho certeza que vai permanecer na memória de quem veio por muito tempo”, comemora Rogério Bruxellas, presidente da Rede Bahia, o maior grupo de comunicação do Nordeste do país e detentora da Bahia Eventos, que realiza o Festival de Verão desde 1999.
A organização do festival realizou uma série de mudanças estruturais que se mostraram acertadas. Com o objetivo de trazer mais comodidade e segurança ao público, a organização expandiu o espaço da pista entre os palcos Cais e Ponte, que ficaram dispostos um de frente para o outro. Essa mudança estratégica preveniu aglomerações e permitiu que os frequentadores transitassem com tranquilidade no intervalo dos shows.
“O maior patrimônio do festival é o nosso público e a meta é torná-lo cada vez mais fiel. Tem gente que veio a absolutamente todas as edições nesses 25 anos de história. Então, para proporcionar mais conforto aos frequentadores, aumentamos em quase 15 mil metros quadrados a área de ocupação no parque e ampliamos consideravelmente a praça de alimentação”, resume Rogério Bruxellas. “Não medimos esforços para tornar o evento ainda mais convidativo e de modo que as pessoas pudessem aproveitar tudo que o festival oferece com conforto, segurança e muita música boa. Também expandimos as áreas de acessibilidade, com mais plataformas para cadeirantes e PNEs, e todos os shows dos palcos principais contaram com a tradução em libras.”
Como a meteorologia previa um verão excepcionalmente quente, a Bahia Eventos se empenhou em oferecer áreas climatizadas e pontos de hidratação, garantindo o bem-estar de quem compareceu ao evento. Além disso, a inclusão de uma delegacia da polícia civil e militar dentro da arena reforçou o compromisso com a segurança do público.
Além da rica programação nos seus quatro palcos, o FV 24 proporcionou – através do apoio das marcas parceiras – diversas opções de entretenimento so público, incluindo uma roda-gigante, um tobogã, um karaokê, experiências de realidade virtual, espaços para maquiagem e rooftops temáticos. A edição, aliás, teve número recorde de patrocinadores e ativações, com o envolvimento de mais de 20 empresas.
“Nesta edição tivemos um aumento bem significativo de marcas patrocinando e apoiando o festival, bem como um crescimento expressivo de experiências trazidas por elas. As marcas investiram muito em seus espaços e estandes, o que gerou muito engajamento do público. Foram ativações muito customizadas pelas empresas, que identificaram a melhor maneira de se comunicarem com o público do festival, o maior do verão brasileiro”, comemora Bruno Portela, head da Bahia Eventos.
Outra diferença sentida pelos organizadores desta edição para a última foi o tempo de permanência do público no evento, que chegou mais cedo e saiu mais tarde do Parque de Exposições.
“No domingo, por exemplo, com apenas uma hora de evento, mais de 40% do público já havia chegado ao festival. Não é um lineup que vai esquentando. Ele já nasce quente com a primeira atração já gerando muita aderência do público”, analisa Portela.
Os shows de domingo
Depois dos shows e encontros arrebetadores do primeiro dia, o Festival de Verão não deixou a peteca cair. O domingo começou com a energia contagiante do grupo Àttooxxá, seguido pelo inédito e inusitado encontro de Gloria Groove com Péricles, que romperam as barreiras do pop e do pagode romântico, gêneros pelos quais os artistas são, respectivamente, mais conhecidos. Após cantar alguns dos grandes sucessos de sua trajetória, a Lady Leste chamou ao palco o cantor paulista para releituras de canções como “Até o Sol Quis Ver” (Exaltasamba), “Overjoyed” (Stevie Wonder), “Anjo” (Roupa Nova), “Hackearam-me” (Tierry e Marília Mendonça) e “Melhor Eu Ir” (Péricles).
Quando Zé Ricardo propôs a Thiaguinho um dueto com Maria Rita, o cantor respondeu prontamente: “com ela eu faço o que você quiser”. O carinho e a amizade entre os dois logo ficou evidente quando cantaram juntos “Fascinação”, standard que ficou famoso na voz de Nat King Cole, nos anos 50, e cuja versão em português foi interpretada por Elis Regina, mãe da artista, nos anos 70. O dueto incluiu ainda clássicos do samba como “Vou Festejar”, de Jorge Aragão, e “Conselho”, de Almir Guineto, além de sucessos da carreira do ex-Exaltasamba e da cantora.
Na sequência, Lulu Santos abriu o seu baú de hits com “Toda Forma de Amor”, “Um Certo Alguém”, “O Último Romântico” e “Tudo Azul”, antes de chamar Gabriel o Pensador para dividir o microfone nas canções “Assaltaram a Gramática”, “Astronauta” e “Cachimbo da Paz I” e “Cachimbo da Paz II”.
Em seguida veio o aguardado encontro de três divindades da música baiana. Daniela Mercury levantou o público já na primeira canção, “Macunaíma”, enfileirando um sucesso atrás do outro da carreira até receber a companhia da parede percussiva do Ilê Aiyê, que completa 50 anos em 2024. O trio de peso ficou completo quando Margareth Menezes subiu ao palco para cantar as pérolas “Negrume da Noite”, “Fonte de Desejo”, “Raça Negra” e “Faraó”.
Em mais um diálogo entre o pop e o pagode – agora com a vertente baiana – o gigante Leo Santana inflamou o Festival de Verão com um sucesso atrás do outro e levou a multidão ao quando, do alto dos seus 2m de altura, convidou a amiga Luisa Sonza para cantar uma série de músicas, incluindo “Século 21”, parceria dos dois lançada em 2020.
O ápice da noite se deu no “Momento Histórico FV”, apresentado pela TIM, que promete anunciar anualmente uma grande atração a poucos dias antes do início do evento, ao longo das próximas edições. A estrela da iniciativa em 2024 foi ninguém menos do que Caetano Veloso, que interrompeu as “férias radicais” para levar o aclamado show “Transa” pela primeira vez à Bahia. Foi a última apresentação do projeto especial que celebra o álbum homônimo de 1972 – um dos mais importantes de sua carreira, produzido durante o exílio em Londres – que havia sido apresentado em apenas outras cinco ocasiões.
Além das sete faixas do disco, o repertório trouxe outras músicas da discografia do cantor, como “Maria Bethânia”, “Irene”, “London London” e “Sem Samba Não Dá”, esta uma de suas composições mais recentes. Caetano subiu ao palco com participações de Jards Macalé, Tutty Moreno e Áureo de Souza – integrantes originais da banda responsável pelos arranjos e a sonoridade do álbum –, bem como pelos músicos da turnê de seu último lançamento, “Meu Coco”.
Penúltima atração do Festival de Verão 2024, Seu Jorge fez o público cantar com “Mina do Condomínio”, “Carolina”, “Burguesinha”, além de interpretar uma versão do clássico do R&B “Ain’t no Sunshine”, de Bill Withers. Com Mano Brown tocou quatro faixas da carreira do rapper: “Negro Drama”, “Dance Dance”, “Louis Lane” e “Jesus Chorou”.
Os trappers Teto e Matuê celebraram a amizade com a apresentação que encerrou a edição histórica do FV, com um repertório que incluiu “M4”, “Mustang Preto” e “Pay Pal”.
Além das apresentações nos dois palcos principais neste domingo, o Festival de Verão realizou cinco shows com nomes da cena musical baiana no Palco Rua Coke Studio (Miguelzinho do Cavaco, Tiri chama Marcia Castro, Sambaiana chama Nessa, Filhos de Jorge e O Kannalha), enquanto os DJs Pathy Dejesus e Dennis DJ colocaram o público para dançar nos intervalos das apresentações dos dois palcos principais.
Fotos: Divulgação/Assessoria