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Brasil e China discutem acordos de cooperação para o setor cultural

Em reunião da Cosban, Ministérios da Cultura dos dois países destacaram ações voltadas ao audiovisual, à literatura, às artes e aos direitos autorais

Os Ministérios da Cultura do Brasil e da China reuniram-se, nesta quinta-feira (25), para discutir o andamento das ações de cooperação no âmbito da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). Em 2024 são celebrados os 50 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre os países e os 20 anos da criação do grupo.
 

Representando o Brasil, participaram o secretário-Executivo do MinC, Márcio Tavares; o secretário-Executivo adjunto, Cassius Rosa; a presidenta do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fernanda Castro; o presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Marco Lucchesi; o assessor Internacional do Ministério, Bruno Melo; o coordenador-Geral da Assessoria Internacional, Vinícius Gürtler; o assessor da Presidência da Fundação Nacional de Artes, Francis Wilker; a coordenadora-Geral de Negociação e Acompanhamento Internacional da Secretaria de Direitos Autorais e Intelectuais, Carolina Miranda; e a coordenadora-Geral de Desenvolvimento de Projetos da Subsecretaria de Espaços e Equipamentos Culturais, Izabel Cordeiro. Também participaram o chefe da Divisão de Ações de Promoção da Cultura Brasileira do Ministério das Relações Exteriores, Igor Trabuco, bem como o chefe do setor cultural da Embaixada do Brasil em Pequim, Jorge Santos.
 

O encontro permitiu avançar na agenda de cooperação entre os dois países. O Brasil, que ocupa este ano a presidência do G20, busca aumentar o perfil da sua cooperação com o oaís asiático.
 

“Além do G20, também teremos outras oportunidades, nos próximos anos, para avançar em algumas frentes com a China, seja no BRICS, seja na COP30. Queremos contar com o apoio da China para alavancar os temas da cultura nos foros multilaterais, bem como aumentar nossas trocas culturais, por meio de intercâmbios artísticos, cooperação nos campos de bibliotecas, livro, museus, patrimônio, direitos autorais, economia criativa e desenvolvimento sustentável”, afirmou Márcio Tavares. A discussão de oportunidades de financiamento ao setor cultural brasileiro e o avanço na implementação dos acordos de coprodução audiovisual também foram temas destacados.
 

O Brasil expressou interesse em ver a China participar mais atividades de feiras de livro e de estabelecer parcerias com o mercado editorial brasileiro, para a promoção da língua portuguesa e do mandarim. “A China é um parceiro fundamental do Brasil para alcançar desenvolvimento e prosperidade em conjunto, esperamos elevar nossas relações”, frisou o secretário-Executivo.
 

Por outro lado, os chineses destacaram a importância das relações com o Brasil, sobretudo no âmbito da presidência do G20. “Estamos colaborando com o Brasil para o G20 nos grupos de Turismo e Cultura para discutir temas relevantes. Queremos avançar nessas e em outras pautas de intercâmbio cultural”, afirmou o senhor Wang Xudong, secretário do grupo dos membros líderes do Partido Comunista Chinês e Diretor do Museu do Palácio.
 

Recentemente uma comitiva do Brasil esteve na China para participar como país homenageado da 14ª edição do Festival Internacional de Cinema de Beijing. A comitiva, chefiada pelo secretário-Executivo adjunto, Cassius Rosa, contou com representantes da Secretaria do Audiovisual do MinC e agentes do mercado do cinema (produtores e distribuidores). Durante o Festival foi realizada a Semana do Filme brasileiro com a exibição de quatro filmes. “Estamos muito felizes com a amizade entre Brasil e China há 50 anos. Tivemos a honra de receber vocês aqui e já estamos preparando a delegação para ir ao Brasil neste ano. Contamos com apoio do MinC e da Embaixada”, comemorou Xudong.
 

Entre os pontos de destaque apresentados pelos chineses está o estabelecimento de Mostras de Cinema permanentes entre os países, a vinda da Orquestra Sinfônica Chinesa para turnê no Brasil, a expansão de ações para prática de artes maciais e a realização conjunta de feiras de livros.

Foto: Tarcisio Boquady/MinC