Transbordando baianidade, Jamille, cantora, compositora e mulher nordestina, tem conquistado a Bahia e o Brasil com o seu trabalho autoral de estilo musical único, identitário e ousado, considerado como “brasileiro contemporâneo”.
Com identidade forte, o som da artista vem influenciada pelos lugares por onde passou e experiências artísticas, a exemplo da primeira vez que subiu aos palcos para cantar no Festival da Escola Baiana de Canto Popular em 2013, com a música ‘Acauã’, do eterno Luiz Gonzaga, primeiro artista que JAMILLE teve contato por meio de seu pai.
Jamille conta que no histórico de formação e inserção musical, depois do Rei do Baião, se aproximou do axé music, ressaltando que admira muito o trabalho de Daniela Mercury. “Em seguida, quando passei a ter mais contato com a poesia, a bossa nova passou a ocupar um espaço importante na minha vida, assim como o samba e os ritmos da Bahia”, recorda.
Após o festival, a artista passou a fazer participações em shows e performances de bares em Rennes, na França, lugar onde morou. Posteriormente chegou a Brasília, no Distrito Federal, até retornar a Salvador, para assumir o trabalho autoral.
As influências musicais de Jamille podem ser apreciadas no seu projeto,o EP ‘Meu Santo É Forte’, disponível nas principais plataformas digitais (Deezer, Spotify e Youtube).
O EP conta com as músicas, ‘Rima e Reza’, ‘Bandida’, ‘Senhora de Mim’, ‘Umbigo’ e ‘Manifesto Puro do Amor’, conduzindo as canções que falam de desilusões amorosas, fé, amor e esperança, além trazer representatividade e crítica social.
Para a cantora baiana, suas músicas são ao mesmo tempo populares e sofisticadas e frisa que esse é um diferencial para o momento atual. “Estou em contato com o que é produzido no mundo contemporâneo, mas não perco minhas raízes e é disso que faço meu som”, destaca.
JAMILLE, que é conhecida entre os artistas baianos, também é atriz, formada pelo Curso Livre de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde já trabalhou com artistas como Sulivã Bispo (Mainha, do Na Rédea Curta) Thiago Almasy (conhecido pelo papel de Júnior) e Márcio Meirelles.
Multifacetada, a artista é também professora de francês para crianças e adolescentes, graduada em Direito pela UFBA e Mestra em Direito pela UNB. “A pesquisa que realizei foi sobre feminismos contemporâneos e uma reconstrução do conceito de democracia a partir das teorias feministas, sobretudo da autora Nancy Fraser. Por sinal, esse repertório acadêmico se faz muito presente nas minhas composições e no meu eu artista”, frisa.
Por estar ligada ao mundo das artes em todos os sentidos, Jamille, uma mulher cis e lésbica, vem se destacando desde a sua entrada no mundo artístico, em 2010 ganhou o 6º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero do Ministério da Educação pelo conto ‘Os Sonhos de Geni’.
“Sou a apaixonada por tudo que a Arte possibilita, por isso tenho um projeto chamado ‘As Palavras Dizem Quase Tudo’ com a artista visual Giovanna Severo, onde mapeamos e compartilhamos a produção literária de mulheres baianas contemporâneas”.
A cantora que possui uma identidade forte, considera o lançamento do EP uma grande conquista. “Assim como os shows que fiz desde então nos formatos de live e no Teatro Gamboa Nova. As parcerias com Ana Paula Albuquerque e Felipe Guedes também me orgulham muito”, finaliza.
Foto: Shai Andrade
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