O que se pode esperar depois de dois anos consecutivos sem a realização da festa mais popular do Estado da Bahia: Um Carnaval em Cada Esquina. E assim foi o Carnaval do Pelô 2023, que exaltou o legado de Moraes Moreira, que faleceu em 2020, e levou para as ruas e ladeiras do Pelourinho e do Centro Histórico de Salvador, em seis dias de festa, 691 artistas de diversos estilos e gêneros, que misturaram alegria, alegria para celebrar uma folia democrática, plural e diversa.
Dentre os artistas, Davi Moraes, filho de Moraes Moreira, que encerrou a programação do Carnaval do Pelô, na noite de terça-feira (21 de fevereiro), no Largo do Pelourinho, fazendo um show emocionante com a presença da família Moreira (o neto tocando no palco e a filha no público), além das participações marcantes de Moreno Veloso e Larissa Luz. Davi Moraes agradeceu ao Governo do Estado, em nome da família, pelas homenagens ao pai neste que foi o primeiro carnaval sem o artista, o primeiro cantor de trio elétrico. “Estamos muito felizes e gratos pela homenagem. Essa volta ao Carnaval tem sido para nós todos da família uma emoção indescritível”, disse Davi Moraes.
O Carnaval da Bahia 2023, uma ação do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura (Secult-BA) e da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur), garantiu uma política de dinamização dos espaços do Pelourinho, em seis dias de festa (16 a 21 de fevereiro), com a realização de 102 shows nos quatros palcos do Pelô (Largo do Pelourinho – palco principal, Largo Pedro Archanjo, Largo Quincas Berro D’Água e Largo Tereza Batista), além de sete grupos de entretenimento infantil na Praça das Artes, totalizando 208 horas de apresentações.
“O Carnaval do Pelourinho se consolida como um carnaval das famílias. O que vimos nesses dias, em que foi realizado literalmente um carnaval em cada esquina do Pelourinho, foram muitas crianças, muitos idosos, pessoas de todas as idades, de estilos diversos que escolheram comemorar a volta do carnaval nos palcos, ruas e ladeiras do Pelourinho de uma forma muito livre, celebrando a diversidade dessa que é a festa mais democrática que existe e o Pelourinho prova o quanto é essencial para o Carnaval da Bahia”, afirma Bruno Monteiro, secretário de Cultura do Estado da Bahia.
As ruas e ladeiras do Pelourinho também foram palco de muita alegria e animação com o desfile de grupos típicos da cultura popular baiana. Nos dias de festa, 26 atrações performáticas e itinerantes fizeram a folia de crianças, jovens, adultos e idosos. Em cada esquina, o público se deparou com show de dança, teatro, afoxé, folguedos, entre outras manifestações artísticas, totalizando 127 horas de programação.
Moraes Moreira no coração
Este foi o primeiro carnaval sem a presença marcante de um dos artistas mais importantes da música brasileira e o primeiro cantor de trio elétrico. A trajetória e o legado do cantor e compositor da célebre canção “Eu Sou o Carnaval” foram lembrados em diversas ocasiões, dentre elas na abertura do Carnaval do Pelô, com o show de Baby, que prestou homenagem ao artista cantando músicas que ficaram marcadas na voz do amigo, como “Chão da Praça” e “Chame Gente”.
“Moreirinha, Moraes é uma grande referência. Incrível como compositor, como cantor, ele é inexplicável”, disse Baby na abertura do show, realizado no palco principal (Largo do Pelourinho).
Compartilharam da mesma saudade diversos artistas que se apresentaram nos palcos, ruas e ladeiras do Pelourinho, dentre eles, as cantoras Juliana Ribeiro, Claudia Cunha, Manuela Rodrigues e Sandra Simões, a cantora mirim Lilica Rocha, e o cantor Paulinho Boca.
Emicida no Pelourinho
Um dos pontos altos do Carnaval do Pelô 2023 foi o show do paulista Emicida, no dia 17 de fevereiro, no palco principal da folia. Com um show repleto de hits da carreira e dedicado ao maestro Letieres Leite, que faleceu em 2020, o rapper levou uma multidão de foliões ao Largo do Pelourinho. Além do repertório do seu último disco homônimo “Amarelo”, Emicida levou o público ao delírio quando cantou música do Olodum.
Segundo o chefe de gabinete da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, Marcelo Lemos, também coordenador do Carnaval do Pelô, foi um desafio trazer Emicida para o Pelourinho. “Era um sonho ver um show dele aqui pelas ladeiras do Pelô e conseguimos em um esforço coletivo, incluindo toda equipe do cantor, que aceitou o desafio. O resultado é um Pelourinho lotado e todo mundo muito feliz”, destacou.
Tambores, emoção e alegria
Depois de dois anos sem carnaval, a tradicional saída do bloco Olodum foi um dos momentos mais esperados. As cores, as indumentárias e os tambores voltaram a tomar conta das ruas do Pelourinho, na sexta-feira (17), com a presença de milhares de foliões.
Em 43 anos de história, o Olodum escolheu como tema para o Carnaval 2023 “Tambores: A Batida do Coração – Caminhos da Eternidade”, para resgatar a história da utilização dos instrumentos percussivos, com foco nos tambores de Ghana e cultura dos povos Ashanti, do continente africano. “
É com muita emoção que voltamos às ruas. Com o coração, a terra da Bahia, os tambores, a alegria”, disse o presidente do bloco, João Jorge Rodrigues.
Carnaval da Cultura
É o carnaval dos blocos afro, de samba, de reggae e dos afoxés, apoiados por meio do Edital Ouro Negro para desfilar nos três principais circuitos da folia: Batatinha, Dodô e Osmar.
É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval do Pelô, que abraça o carnaval de rua, microtrios e nanotrios, além de promover nos palcos grandes encontros musicais e variados ritmos numa ampla programação. Tem afro, reggae, arrocha, axé, antigos carnavais, samba, hip-hop e guitarra baiana, além de orquestras e bailes infantis.
E é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragogipe. O Carnaval da Cultura é promovido pelo Governo do Estado, Carnaval 2023 – “Um Carnaval em Cada Esquina”.
Fonte: Secult-BA