Os tambores do Ilê Aiyê irão dar o clima da tarde de domingo do próximo dia 26 de setembro a partir das 17h. As alas de canto, de dança e os aplaudidos percussionistas do bloco afro irão se reunir para realizar um show ao vivo em homenagem à Semana da Mãe Preta, comemorada desde 1978 pela entidade em homenagem a “Mãe Hilda”, sacerdotisa do candomblé e por muitos anos dirigente espiritual do Ilê Aiyê. A transmissão acontece pelo canal do bloco no YouTube.
“A Semana da Mãe Preta é comemorada anualmente no mês de setembro e celebra a vida de Mãe Hilda e das mulheres negras baianas. É uma atividade de resgate e valorização do papel feminino no processo civilizatório brasileiro, que sempre integrou o calendário do ano letivo das escolas do Ilê”, comenta o presidente do bloco, Antônio Carlos Vovô.
A live, que traz a participação da cantora Graça Onasilê ao lado dos vocalistas da Band’Aiyê Iana Marucha e Jauncy Ojum Bará, integra a programação do projeto “Ilê Aiyê – Que Bloco é Esse?” que é uma realização do Ilê Aiyê em parceria com a Caderno 2 Produções e Multi Planejamento Cultural via Lei de Incentivo à Cultura da Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal, com patrocínio da Petrobras.
Repertório temático – Cinco blocos musicais compõem a apresentação, que busca, antes de qualquer coisa, diminuir a saudade que tanto artistas do Ilê Aiyê quanto seu público numeroso e fiel vêm sentido dos shows presenciais na Senzala do Barro Preto e dos emblemáticos desfiles carnavalescos, sempre marcados por uma energia singular de união e confraternização.
O primeiro bloco de canções tem a “África” como tema. Três países do “continente-mãe”, Senegal, Angola e Guiné, serão homenageados por músicas como “Mama África” e “Mali Ê”. O segundo bloco é dedicado às lutas de resistência negra do Brasil, Guerra dos Palmares, Revolta dos Búzios e Revolta dos Malés, quando a Band’Aiyê executa, por exemplo, a canção “Separatismo Não”.
Já o terceiro bloco traz para o repertório o tema que inspirou a live, “Semana da Mãe Preta”, com composições que reverenciam Mãe Hilda, como “Comando Doce” e “Mãe Preta Hilda”. O quarto bloco ainda dialoga com o tema principal e homenageia as mulheres negras, cantando músicas como “Negra Poderosa” com a presença no palco da Deusa do Ébano 2020/2021, Gleicy Ellen Teixeira. O último bloco tem os “Clássicos” como mote e traz para o encerramento da live canções como “Samba Papelô/Lagoa”.
“Essa canção sempre era cantada nos encerramentos dos shows do Ilê nas décadas de 90 e 2000. Os fãs antigos do bloco irão lembrar, ainda mais porque será interpretada na live pela nossa vocalista convidada Graça Onasilê, que já integrou a ala de canto do bloco”, comenta o diretor musical do Ilê Aiyê, Sandro Teles.
A cada entrada de um bloco musical, a personagem Koanza, interpretada pelo premiado ator baiano Sulivã Bispo apresenta os temas e comenta sobre as composições que serão cantadas. “É uma forma de atrair a atenção das pessoas para as letras das músicas, muitas delas inseridas no repertório do bloco após saírem vencedoras do Festival de Música Negra do Ilê Aiyê”, realça Sandro.
O projeto “Ilê Aiyê – Que Bloco é Esse?” estreou ano passado, quando foi realizada a Oficina Petrobras de Percussão para Crianças em homenagem ao Dia das Crianças. Inicialmente concebido em formato de turnê, que levaria shows e oficinas artísticas do Ilê Aiyê a sete capitais brasileiras, o projeto vem sendo adaptado devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19.
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